Atendimento odontológico ao Recém-Nascido

Ao nascimento, todas as partes do corpo do recém-nascido precisam ser examinadas pela equipe neonatal da maternidade, inclusive a boca, que é fundamental para a amamentação natural. Os movimentos realizados pelo lactente durante o aleitamento materno fazem com que todas as estruturas orais, como lábios, língua, bochechas, articulações temporo-mandibulares, ossos e músculos, se desenvolvam e se fortaleçam harmonicamente, permitindo uma ação sincronizada das funções vitais de sugar, deglutir e respirar pelo nariz, que irão influenciar o futuro encaixe dos dentes de leite. Então, logo que possível, deve ser realizado um exame mais detalhado por um especialista nesta área, o odontopediatra, a fim de promover a saúde oral e favorecer a qualidade de vida do lactente. A cavidade oral do recém-nascido tem algumas características próprias. Algumas alterações podem ser consideradas normais da fase, e se modificam ou desaparecem ao longo do tempo. Entretanto, algumas destas alterações podem precisar de intervenção odontológica, como: cistos, tumores, lesões em tecidos moles causados por bactérias, fungos e vírus. Os freios da boca também precisam ser avaliados. Existem os freios dos lábios (superior e inferior) e o freio da língua. O freio da língua, quando é encurtado (anquiloglossia), pode interferir nos seus movimentos e dificultar as funções de sugar e engolir, atrapalhando o lactente a realizar o adequado aleitamento materno e futuramente de mastigar e falar. Por isso, em algumas vezes poderá haver a necessidade da intervenção cirúrgica neste freio.

Dicas odontológicas para os pais do recém-nascido:

  1. Aleitamento materno exclusivo: o leite materno é o alimento ideal para a nutrição e conforto emocional do bebê. Este momento deve ser tranquilo e aconchegante para mãe e bebê, devendo o bebê ficar o mais sentado possível. Durante a amamentação no peito o bebê realiza um exercício físico oral que estimula toda a musculatura da boca. Assim, é muito importante que o bebê realize o esforço da sucção. Além disso, para poder se alimentar adequadamente, é preciso que haja um vedamento labial na aréola mamária, que promove a pressão necessária para a saída do leite e obriga o bebê a respirar pelo nariz. Este movimento de pressão e ordenha promove o exercício da respiração nasal, posicionamento correto da língua e estímulo de crescimento para a correta posição das arcadas dentárias.
  2. Evitar o uso de chupetas e mamadeiras: o melhor é o aleitamento materno, caso não seja possível, peça orientação ao médico pediatra e ao odontopediatra.
  3. Higiene da boca sem dentes: não há necessidade de limpar a boca do recém-nascido, porque o próprio leite materno protegerá toda a cavidade oral.
  4. Cuidados para evitar quedas e traumas envolvendo a boca: medidas preventivas simples, como ensinar familiares e cuidadores a segurarem o bebê de maneira firme e delicada; não permitir que crianças segurem o bebê sem a ajuda de um adulto; certificar-se da qualidade e segurança de berços, trocadores e banheiras; evitar tapetes ou utilizar antiderrapantes podem fazer toda a diferença.
  5. Consultas preventivas regulares ao odontopediatra: converse com o odontopediatra sobre qual o momento ideal para a próxima consulta do seu bebê. Visitar o odontopediatra regularmente, da fase de lactação à adolescência é fundamental para manter a saúde oral.