Melhorando a qualidade de vida

A ortopedia do maxilar é fundamental para a qualidade de vida, afetado quando existe alguma anomalia nas funções da mastigação e da respiração, desencadeando alterações em cascata: dores de cabeça, bruxismo, apneia do sono, ronco, dores na coluna, entre muitos outros distúrbios.

Nesses casos, o foco do tratamento deve ser o reposicionamento da estrutura desalinhada a partir do uso de um aparelho oral.

A recuperação da função correta da respiração e da articulação temporomandibular auxilia no alívio das dores de cabeça, na coluna, nos músculos e articulações (fibromialgia), além de transtornos do sono (apneia, ronco, insônia e bruxismo) e enfermidades das vias aéreas (sinusite, rinites, mastoidites, otites e amigdalites).

Funciona como um lifting facial. Por realizar uma espécie de ginástica nos músculos da face, melhora a circulação sanguínea, amenizando olheiras, rugas, “bigode chinês” e até papada.

Disfunção Temporomandibular (DTM) e Dor Orofacial

Dentes tortos não afetam apenas a estética. Ao estarem posicionados incorretamente, os movimentos da mastigação ficam desequilibrados. Esse mau funcionamento da engrenagem ocasiona dores crônicas de cabeça, na nuca, no pescoço e até nas costas.

O problema pode complicar ainda mais se houver algum desvio na posição da Articulação Temporomandibular (ATM). A coordenação da abertura e do fechamento da mandíbula parece algo muito simples, mas por trás de movimentos tão naturais, existe um complexo sincronismo de grupos musculares, articulações, ossos, ligamentos e da arcada dentária.

O desequilíbrio desse sistema acarreta uma série de outros problemas: estalos ao bocejar ou mastigar, dificuldade para abrir amplamente a boca, rangidos ao morder, enxaqueca crônica e dores com irradiação até no ouvido.

É muito comum as pessoas relatarem esses problemas por anos a fio, apesar de terem usado placas de mordidas e passado por tratamentos de diversas outras especialidades. Em muitos casos, há alívio temporário, mas as dores voltam novamente porque não houve correção das patologias.

Para tratar da DTM e de todos os seus problemas correlacionados, inclusive casos de fibromialgia e bruxismo (ranger dos dentes), indica-se o reposicionamento das articulações temporomandibulares (ATMs)v e correção da Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) – o sistema que envolve a mordida.

Patologias da respiração bucal e da mastigação unilateral

Durante a respiração nasal, o ar que vai para os pulmões através das fossas nasais é acrescido do líquido lacrimal, que contém mais de 94 elementos químicos. Quando chega ao pulmão, ocorrem importantes trocas metabólicas, responsáveis pela produção de elementos autoimunes que dão maior resistência a alergias.

Quando uma pessoa usa a boca em vez do nariz para respirar, o líquido lacrimal escorre pelas fossas nasais, irritando a mucosa e causando rinite. E como a expiração não é nasal, secreções se acumulam nos seios paranasais.

Esse ambiente, sem a limpeza natural feita pela respiração correta, oferece condições propícias para o aparecimento de bactérias e, assim, infecções causadoras de sinusites, otites e mastoidites.

Ao ser aspirado pela boca, o ar não é umidificado, filtrado e não tem a temperatura equalizada. Isso irrita brônquios e bronquíolos, proporcionando o início de bronquites e asma brônquica.

Quando uma pessoa respira pela boca, não consegue também mastigar bilateralmente, ou seja, alternando os lados da arcada dentária, porque precisa dar espaço para o ar entrar enquanto se alimenta. Resultado: sua mastigação passa a ser unilateral.

A mastigação unilateral faz com que os músculos do pescoço, da cintura escapular (omoplata e clavícula) e da nuca se tornem hipertrofiados e encurtados. Isso ocasiona elevação do ombro do mesmo lado da mastigação, causando efeito cascata. Resultado disso ao longo dos anos: desvio postural, levando à escoliose.

Com os músculos hipertrofiados apenas de um lado, a cabeça sofre uma rotação inadequada que afeta os ossos de toda a cabeça. Esse desalinhamento leva à compressão de nervos encefálicos, que causam cefaleia (dor de cabeça) e enxaqueca crônicas.

A respiração bucal está também associada à apneia do sono. Ao dormir, a língua tem uma ptose (queda), que faz toques indesejados na área da orofaringe (parte da garganta, logo atrás da boca), causando reflexos indesejados de deglutição (engolir), responsáveis pelo aumento do tempo da parada respiratória normal.

A oxigenação cerebral se torna deficiente com a respiração bucal. Com isso, a qualidade e quantidade dos neurotransmissores cerebrais se tornam inadequadas, causando insônia.

Uma criança com respiração bucal é muitas vezes rotulada equivocadamente como portadora de déficit de atenção, por ser inquieta, dispersiva e agitada, e passa desnecessariamente a ser medicada. Mas, na verdade, é a compensação natural para que o cérebro tenha mais oxigenação. E quando ela é obrigada a ficar parada, fica sonolenta.